Antigamente nós costumávamos comprar para satisfazer uma necessidade, mas agora estamos vivendo numa cultura que transformou tudo em excesso. Mas como isso aconteceu?
Esse vídeo da Box1824, empresa de pesquisa especializada em tendências de comportamento, mostra a evolução do consumo ao longo dos últimos séculos e para onde estamos caminhando na nova era do lowsumerism:
1890 – O crescimento do consumo
Bom, após a Revolução Industrial e a introdução das linhas de produção, a única maneira das indústrias terem sucesso era fabricando e vendendo produtos em massa. Era uma questão de oferta e demanda, então houve a necessidade de incentivar as pessoas a comprarem mais do que o necessário, apenas para atender à oferta produzida.
1920 – Crédito e propaganda
Com a alta competição entre as indústrias, o único jeito era apelar para a propaganda: “quem aparece mais, vende mais!”.
No mesmo período, o mercado do crédito nasceu e, com ele, a mentalidade do “compre agora, pague depois”, fazendo com que as pessoas ficassem sempre endividadas.
1950 – O consumo do sonho americano
A cultura da metade do século fez de tudo para mostrar como trabalho duro podia levar a um estilo de vida confortável, isto é, comprando coisas e mais coisas desnecessárias, só para provar o quão bem sucedidas as pessoas eram.
1980 – O consumo individualista
A indústria da propaganda percebeu a crescente individualização dos estilos de vida e atendeu desejos cada vez mais específicos voltando sua atenção para mercados de nicho e públicos-alvo.
1990 – A era do consumismo
Nos anos 90, uma nova onda de conscientização ambiental despertou sobre os riscos do consumo excessivo. Mas parece que ninguém deu ouvidos, pois nesse mesmo período, novas técnicas de manufatura e mão-de-obra baratas impulsionaram ainda mais o volume de produção, tornando os produtos descartáveis. A tecnologia estava evoluindo mais rápido do que nunca, então ter o último lançamento era sinônimo de status e sucesso.
O consumo tinha virado consumismo, o que começou a despertar para a negatividade associada ao consumo desenfreado. O consumismo é um ciclo vicioso, cuja responsabilidade é dividida tanto pela indústria quanto pelos consumidores. E optar por um consumo “verde” não é a solução. Precisamos adotar o consumo consciente.
2010 – Economia compartilhada
A economia compartilhada, uma nova mentalidade de consumo que prioriza o acesso ao invés da posse, vem ganhando força. Agora, não há mais a necessidade de comprar para poder desfrutar dos benefícios do produto. Mas na verdade, a economia compartilhada não diminui nosso apetite de consumo; ela apenas reduz a posse.
É hora de mudar a forma como consumimos, perguntando a nós mesmos: realmente precisamos disso? Podemos pagar por isso? Ou apenas queremos nos sentir incluídos ou afirmar nossa personalidade? Sabemos a origem desse produto e para onde vai depois que o descartamos? Não estamos sendo iludidos pela propaganda? E qual é o impacto que esse produto causa no meio ambiente?
E é isso o que o movimento lowsumerism prega: ser mais consciente e consumir menos.
São três simples atitudes que fazem uma grande diferença:
- pensar antes de comprar;
- buscar alternativas de menor impacto para os recursos naturais, como trocar, consertar e fazer;
- viver apenas com o que é realmente necessário.